Hora da genética!
Confira nossas publicações sobre doenças genéticas.
Você já deve ter se perguntado o por que algumas pessoas desenvolvem formas severas da COVID-19 enquanto outras podem ter sintomas leves ou permanecer assintomáticos, ou até mesmo, por que algumas pessoas, mesmo não sendo do grupo de risco, apresentam sintomas mais graves. Os fatores de riscos descritos até o momento não são capazes de explicar todos os casos severos da doença e nem as variações entre as populações. Diversos fatores podem explicar essa diferença, e um deles é a genética, uma das hipóteses é que alguns indivíduos sejam geneticamente predispostos a serem menos ou mais suscetíveis ao vírus. Você já deve ter se perguntado o por que algumas pessoas desenvolvem formas severas da COVID-19 enquanto outras podem ter sintomas leves ou permanecer assintomáticos, ou até mesmo, por que algumas pessoas, mesmo não sendo do grupo de risco, apresentam sintomas mais graves. Os fatores de riscos descritos até o momento não são capazes de explicar todos os casos severos da doença e nem as variações entre as populações. Diversos fatores podem explicar essa diferença, e um deles é a genética, uma das hipóteses é que alguns indivíduos sejam geneticamente predispostos a serem menos ou mais suscetíveis ao vírus.
É conhecido que diferenças genéticas podem influenciar na gravidade de outras infecções virais, como por exemplo, uma mutação no gene CCR5, pode conferir resistência ao vírus HIV, causador da aids. Mas por se tratar de um vírus novo, há poucos relatos para o SAR-CoV-2, logo, a comunidade científica está desenvolvendo diversos estudos para compreender a relação entre nossos genes e a infecção pelo novo coronavírus. Estudando possíveis genes envolvidos ou olhando para todo o genoma pode ser possível entender e explicar como isso ocorre. Até o momento sabe-se que variações genéticas podem interferir na:
Estudo de genes candidatos e fatores genéticos que podem interferir na manifestação do vírus: A)Genes envolvidos na interação célula-vírus: A enzima conversora de angiotensina 2 (ACE2) é a porta de entrada para o vírus, atua como receptor da proteína viral S tanto nos homens como nos morcegos. Além da função protetora nos pulmões, o ACE2 também pode estar envolvido na patogênese do COVID-19, sendo associado com o desenvolvimento do dano pulmonar e hiper-inflamação, que pode levar à síndrome do desconforto respiratório agudo. ACE2 é altamente expresso em células alveolares tipo II nos pulmões, no qual o gene APOE é um dos genes altamente co-expressos. Seres humanos carregam uma das três variantes genéticas do gene APOE: APOE2, APOE3 ou APOE4. Um estudo do Reino Unido identificou que a variante APOE4 aumenta o risco de desenvolver a forma severa de COVID-19, independentemente de condições preexistentes; esta variante modera os fenótipos pró/anti-inflamatórios de macrófagos. Porém os autores ressaltam que investigações adicionais são necessárias para entender os mecanismos biológicos que ligam os genótipos de ApoE à gravidade do COVID-19. B) Genes envolvidos na resposta imunológica: Parte do motivo pelo qual a resposta imune difere entre indivíduos pode ser explicada pela variação genética nos genes do Sistema antígeno leucocitário humano (HLA), localizado no cromossomo 6, na região de maior variabilidade do nosso DNA. O HLA Faz parte do principal sistema de reconhecimento e defesa contra patógenos do sistema imune, têm a função de classificar as coisas em nosso corpo como “próprio” e “não-próprio”, ou seja, o HLA consegue diferenciar o que realmente é do nosso corpo e o que são invasores, prováveis causadores de doenças e que devem ser atacados. Um estudo identificou que dependendo das variantes expressa de HLA, as pessoas podem ser mais ou menos vulneráveis à infecção por SARS-CoV-2. A pesquisa, realizada apenas in-silico, demonstrou que a variante HLA-B46:01 pode estar associada com a gravidade da doença, indivíduos com esta variante podem estar mais vulneráveis, enquanto a variação HLA-B15:03 parece conferir maior proteção. C) A genética dos grupos sanguíneos Um estudo preliminar, que ainda não foi revisado por outros cientistas nem publicado formalmente, observou-se diferenças na frequência do tipo sanguíneo de pacientes positivos para COVID-19, quando comparados com pessoas saudáveis. Mostrou-se que o sangue tipo A pode estar associado com maior risco de contrair o vírus, enquanto o grupo sanguíneo O aparenta estar relacionado a resistência, apresentando menor risco, por razões ainda desconhecidas. Análise do genoma completo: Diversos projetos estão em andamento para investigar em maior profundidade quais as variantes genéticas - aquelas pequenas diferenças na sequência do nosso genoma - que influenciam a infecção por SARS-CoV-2. Estudos do genoma do hospedeiro poderá levar a novas descobertas sobre a relação do vírus com a genética humana, além de contribuir para o conhecimento global da doença. Possibilitará dessa forma, a compreensão da variabilidade do perfil de suscetibilidade da população; a identificação de novos alvos terapêuticos; a identificação de marcadores com alto valor prognóstico, que futuramente poderão ser utilizados na identificação precoce de indivíduos suscetíveis. A genética também está envolvida em estratégias de vacinação para controle da disseminação da doença: Para abordar a necessidade urgente de uma contramedida médica para impedir a disseminação adicional do SARS-CoV-2, um estudo empregou uma abordagem de vacina sintética baseada em DNA. As vacinas de DNA, também conhecidas como vacinas genéticas ou vacinas de DNA nuas, empregam uma metodologia relativamente simples que inaugurou uma nova era na imunologia, com alto potencial como vacinas profiláticas e terapêuticas. Tudo isso porque eles combinam muitas das características desejáveis das vacinas tradicionais, mas oferecem vantagens adicionais, como:
Referências https://jamanetwork.com/journals/jama/fullarticle/2765837 Wang W, Xu Y, Gao R, et al. Detection of SARS-CoV-2 in Different Types of Clinical Specimens. JAMA. 2020;323(18):1843–1844. doi:10.1001/jama.2020.3786
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AutorEscreva algo sobre si mesmo. Não precisa ser extravagante, apenas uma visão geral. Histórico
Maio 2022
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