Dúvidas sobre
doenças genéticas?
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O câncer de mama é uma doença genética. A doença é causada por alterações moleculares no DNA adquiridas durante a vida de um indivíduo ou por genes mutados que foram herdados. É por isso que é importante observar que todos os cânceres são genéticos, mas nem todos são hereditários. O câncer de mama é a forma mais comum de câncer e a segunda causa de morte por doença neoplásica que afeta mulheres. As estatísticas mostram que uma em cada oito mulheres desenvolverá câncer de mama durante a vida. No Brasil, para 2016, foram estimados 57.960 casos novos de câncer de mama, com risco estimado de 56,20 casos por 100.000 mulheres. Por outro lado, existem vários fatores de risco reconhecidos para o desenvolvimento desse tipo de câncer, incluindo história hormonal, reprodutiva e menstrual, idade, falta de exercício, álcool, radiação e obesidade. O que é Síndrome hereditária de câncer de mama e ovário?
É uma doença hereditária em que o risco de desenvolver câncer (especialmente antes dos 50 anos) é maior do que o normal. A maioria dos casos de síndrome hereditária de câncer de mama e ovário (CMOH) é causada por mutações nos genes BRCA1 ou BRCA2, mas também existem outros genes envolvidos. Pessoas com CMOH também apresentam risco aumentado para outros tipos de câncer, incluindo câncer pancreático, câncer de próstata e melanoma. Apenas 5-10% de todos os cânceres são causados por fatores genéticos herdados. De acordo com a National Breast Cancer Foundation, aproximadamente 0,25% da população, carrega os genes BRCA1 ou BRCA2 mutados. O National Cancer Institute explica que o risco ao longo da vida de uma mulher de desenvolver câncer de mama ou de ovário aumenta significativamente se a mutação do BRCA1 ou BRCA2 for herdada. Um estudo recente estimou que 72% das mulheres que herdam uma mutação em BRCA1 e cerca de 69% que herdam uma mutação do BRCA2 desenvolverão câncer de mama antes dos 80 anos. Além disso, aquelas com mutações nestes genes também estão em alto risco de desenvolver um novo câncer primário no seno oposto (contralateral). E Estima-se que aproximadamente 44% das mulheres que herdam uma mutação BRCA1 e um 17% que herdam uma mutação BRCA2 desenvolvem câncer de ovário também antes dos 80 anos. O nome BRCA é uma abreviatura de "gene BReast CAncer" O gene BRCA1 foi nomeado pela primeira vez em 1991 por Mary-Claire King. O grupo de pesquisadores o designou ao cromossomo 17 depois de analisar sua relação com famílias com casos de câncer de mama detectados em uma idade precoce. Posteriormente, foi descoberto que algumas famílias com alta incidência de câncer de mama masculino não eram portadoras deste gene, o que levou os pesquisadores a estudar outros genes envolvidos. Foi então que em 1994 o cromossomo 13 foi ligado ao gene BRCA2. BRCA1 e BRCA2 são genes supressores de tumores que codificam proteínas que atuam no processo de reparo do DNA. Portanto, uma mutação ou deleção de um destes genes causaria a perda de sua função e, consequentemente, aumentaria a probabilidade de desenvolvimento de algum tipo de câncer. Embora os indivíduos com CMOH herdem um único alelo defeituoso em BRCA1 ou BRCA2 de sua mãe ou pai, eles têm um segundo alelo que é funcional. Esses genes são herdados de maneira autossômica dominante. Autossômicos referem-se ao fato de não serem encontrados nos cromossomos sexuais, e dominantes por serem passados a todas as gerações, a um 50% dos filhos. E embora sendo dominante deva ter total representatividade no momento de manifestar a doença, foi demonstrado que não possuem penetrância completa, ou seja que, o comportamento celular da mutação é semelhante ao dos genes recessivos e, portanto, a perda da cópia normal do gene é necessária para expressar o fenótipo maligno. Prevalência de acordo com o grupo étnico Em um estudo conduzido pelo Jornal Mexicano de Saúde Pública, encontrou-se a prevalência das mutações BRCA1 e BRCA2 nos diferentes países estudados. Entre os diferentes grupos étnicos, a maior frequência foi encontrada em indivíduos com ascendência judia Ashkenazi (1 em cada 50 pessoas). Outros grupos com alta prevalência de mutações incluem países como Islândia, Canadá (especialmente franco-canadenses), Polônia e Holanda. De acordo com este artigo, as altas taxas de prevalência se devem à presença de mutações fundadoras, que são uma ou mais mutações específicas naquela população que foram herdadas de um ancestral comum e que foram passadas ao longo das gerações, contribuindo para isso o isolamento geográfico da população. Mas em países ou regiões onde a miscigenação das culturas e grande, devido à variedade e mistura de raças, é mais difícil determinar com precisão as mutações fundadoras e menos provável herdar genes mutados. Pontos importantes a serem considerados Mutações prejudiciais nos genes BRCA1 e BRCA2 são relativamente raras na população em geral, e a maioria dos especialistas concorda que o teste genético em indivíduos que não têm câncer deve ser feito apenas quando a história dos familiares da pessoa sugere que seja um câncer hereditário, tais como: - O câncer de mama foi diagnosticado antes dos 50 anos -Uma mulher com câncer em ambos seios -Ter câncer de mama e de ovário - Vários cânceres de mama na família -Casos de câncer de mama em homens -Etnia judaica Ashkenazi Aconselhamento genético Deve ser considerado obrigatório para pacientes que apresentam um risco maior ou igual a 20-25% de herdar a mutação. Os pacientes portadores de uma mutação BRCA são considerados de forma diferente dos pacientes na população em geral. Esses pacientes recebem testes de vigilância mais intensivos para fornecer uma detecção precoce do câncer, quimioterapia profilática ou mastectomia para reduzir o risco. No caso de haver história familiar com parentes próximos que tiveram câncer de mama ou de ovário, principalmente aqueles que apresentaram a doença em idade precoce, são recomendados teste genético sensível para a detecção dessas mutações. Referências: -Narod S., Rodríguez A. Predisposición genética para el cáncer de mama>genes BRCA1 y BRCA2. Revista de Salud Pública de México, 2011;53(59) :420-429. Encontrado en: https://www.scielosp.org/pdf/spm/2011.v53n5/420-429 -Genetics Home Reference. U.S. National Library of Medicine. Publicado em: Agosto 17,2020. DOI: https://ghr.nlm.nih.gov/condition/breast-cancer#inheritance -National Cancer Institute. BRCA Mutations: Cancer Risk and Genetic Testing. Published: January 30, 2018. Published : https://www.cancer.gov/about-cancer/causes-prevention/genetics/brca-fact-sheet -Centers of Disease Control and Prevention. Hereditary Breast and Ovarian Cancer: The BRCA1 and BRCA2 genes. Published: https://www.cdc.gov/genomics/disease/breast_ovarian_cancer/genes_hboc.htm -Naational Breast Cancer Foundation, INC. BRCA: The Breast Cancer Gene. Published: https://www.nationalbreastcancer.org/what-is-brca -Stanford Health Care. BRCA1 and BRCA2 genes. Published: https://stanfordhealthcare.org/medical-conditions/cancer/hboc/brca-1-and-2.html - Mehrgou A, Akouchekian M. The importance of BRCA1 and BRCA2 genes mutations in breast cancer development. Med J Islam Repub Iran. 2016;30:369. Published 2016 May 15. -Fernandes GC, Michelli RA, Galvão HC, et al. Prevalence of BRCA1/BRCA2 mutations in a Brazilian population sample at-risk for hereditary breast cancer and characterization of its genetic ancestry. Oncotarget. 2016;7(49):80465-80481. DOI:10.18632/oncotarget.12610 -Silva A., Silva M., Caetano R., Piovesan C., Fiuza L., Dantas R., da Cruz A. Hereditary predisposition to brast cancer and its relation to the BRCA1 and BRCA2 genes: literature review. Published: 12 March 2018. 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